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Fomos conhecer mais uma banda terceirense, os C.H.C., banda essa que se formou nos finais de 1996 e saltou para a ribalta depois da sua participação no concurso "Novas Ondas". No referido concurso a banda efectuou uma actuação onde impressionou o público micaelense com a sua originalidade e dinamismo. Essas mesmas caracteristicas estão fortemente ligadas ao facto de a banda ter dois vocalistas principais nas suas fileiras, sendo essa a alteração mais recente da banda. Os C.H.C. conseguiram assim a qualificação de um dos seus temas para a gravação de um CD compilação, o tema escolhido foi o "Turning Upsidedown". Estívemos à conversa com todos os elementos da banda.
C.H.C. , o que significa ?
Significa Click (H)over Clown .
Com é que definem o vosso estilo de música e porquê essa escolha ?
Cabe a quem nos ouve defini-lo, só dizemos que tocamos o que sentimos, o que vem de dentro de nós, não somos daquelas bandas que tocam o estilo que tocam só para ser uma banda fixe, para dizerem: "nós somos gajos fixes porque tocamos este estilo", infelizmente há muitas bandas que afirmam isto aqui na ilha.
Uma banda a fazer originais, não é muito habitual na nossa terra, o porquê dessa escolha ?
Deve-se à necessidade de nos exprimir-mos de uma forma diferente daquela que as outras bandas se exprimem, achamos que isso explica o facto de não termos um estilo propriamente definido, consideramo-nos uma banda que mistura "Crossover" com o "Hardcore" com diversas influências por parte de cada elemento da banda.
Porquê gravarem os vossos temas originais ?
Porque queremos mostrar ás entidades competentes dentro do underground bem como ao nosso estimado público o som que fazemos.
Por outro lado não faz sentido, dar a conheçer a banda gravando "covers", essas são mais para concertos.
A gravação desses temas, atingiram os vossos objectivos ?
Em parte atingimos mas, ainda é muito cedo para tirarmos conclusões quanto à aceitação dos ouvintes, quer sejam eles terceirenses, nacionais ou internacionais. Já houve editoras internacionais, independentes claro, que mostraram o interesse pela banda. Veremos o que o futuro nos reserva.
Qual a razão para a vossa cassete de demonstração não estar disponível ao público em geral?
A cassete de demonstração, não é mais do que um conjunto de músicas gravadas ao vivo, está e sempre esteve disponível ao público interessado, o que têm que fazer é o de nos dar uma cassete, na qual gravaremos o nosso som com todo o prazer, para o pessoal residente em Portugal continental e no arquipélago da Madeira mandem a cassete e selos que dê para pagar os portes da mesma.
Como surgiu a surpreendente participação no concurso Novas Ondas ?
Soubemos da existência deste concurso do ano de 1998, através do nosso grande amigo Mário Lino da Trash Publishing de Sãp miguel e após grande insistência nossa, e alguma ajuda, conseguimos finalmente participar, no referido concurso.
O concerto como vos correu ?
Infelizmente correu-nos pior do que esperava-mos, devido ao nosso nervosismo e não só mas, foi uma experiência gratificante, e inesperadamente fomos classificados para gravar um tema , "Turning upsidedown", no cd compilação , que irá ser lançado no inicio do próximo ano do qual não iremos participar devido a dificuldades económicas mas, principalmente devido à tourné que em principio, tudo dependendo de nós próprios, vamos fazer em agosto do corrente ano pela Bélgica e Holanda.
O facto de terem vingado fora de portas já trouxe algo de positivo nesta vossa terra natal?
Pouco, muito pouco mesmo, vamos dar tempo ao tempo.
Esperam que ao serem classificados no concurso Novas Ondas , venham a ser reconhecidos pelo publico em geral ?
Não iremos participar no cd compilação mas, decerto que esse facto não nos iria ajudar muito nem dar qualquer reconhecimento, pelo menos cá na Terceira.
Curiosamente a banda não tem muito sucesso por estas bandas , devido ao público metálico ser reduzido , o que pensam disso?
O Metal ainda não é muito aceite não só aqui na ilha terceira como em todas as outras ilhas do Arquipélago dos Açores, a maioria das pessoas dizem "ah , isso é muito barulho , isto é música de doidos , parecem macacos gadelhudos aos saltos em cima do palco", mas está a melhorar já há cada vez menos pessoas dessa opinião e cada vez mais pessoas a aderir aos concertos de bandas de Metal. A música é assim mesmo, cada um tem o seu gosto pessoal, e que não se deve discutir. E respondendo à critica do guitarrista dos "Sombras" não é só barulho também têm a sua ciência, peço-lhe para tocar o nosso estilo só com acordes para ver a figura estúpida que fazia.
A banda o que espera agora fazer ou seja quais são os vossos objectivos?
Continuar a trabalhar, continuar a fazer a música que sentimos e que gostamos, o que não é dificil pois nós adoramos o que fazemos e não pedimos aos seguidores de música "Pimba" para gostarem de nós, pois cada qual toca o que gosta e sente, mostrando esse "demónio" interior que é ser músico.
Como é que o Christophe Szpajdel se tornou manager dos C.H.C.?
Primeiro que tudo gostaria de fazer uma pequena apresentação do Christophe devido ao facto de pouca gente o conhecer aqui nos açores.
Ele é oriundo da Bélgica e está intimamente ligado ao underground internacional, é uma pessoa extremamente dedicada e conhecida no underground, fez inclusivé os logótipos de Emperor, Moonspell (antigo), Enthroned e inúmeras bandas conceituadas no underground internacional, além de ser uma pessoa simples é efectivamente um sujeito espectacular.
Travamos um profundo conhecimento com ele durante a sua estadia aqui na ilha, da qual resultou uma amizade sincera para com ele e vice versa.
Propusémos-lhe ser o nosso manager, proposta à qual aceitou prontamente e com o maior agrado.
É graças a ele que estamos a ter algum nome nos países em que iremos tocar, ou seja, devemos tudo ao "careca" e nunca esqueceremos o que fez e continua a fazer pelos C.H.C..
Para terminar, a nível de concertos alguma data marcada?
Temos algumas datas marcadas e muitas por marcar na tournê de um mês que vamos efectuar pela Bélgica e Holanda.
Quanto a concertos a realizar aqui na ilha Terceira só temos um marcado e alguns falados mas, só por alto.
Gostaríamos também de agradecer ás entidades que tornaram possível a nossa ida à ilha de São Miguel e a todos os que nos apoiaram e apoiam.
O nosso muito obrigado ao Márinho Lininho pela sua preciosa ajuda e a todas as bandas que merecem o nosso respeito.