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Surge-nos agora a oportunidade de entrevistar a banda na pessoa de um dos seus elementos, Gonçalo Coelho.
A banda toca um "Gothic Metal" com as mais variadas influências do mundo da música. Depois de assinar o contracto discográfico para o "Insanity", a mesma tem vindo a ser uma das revelações nacionais do ano, dentro do estilo praticado.
Em que ano ocorreu a formação da banda?
A formação dos Fallen Seasons ocorreu em meados de 1995.
Porquê o nome de Fallen Seasons para a banda?
Foi o nome que mais conseguiu demonstrar o sentimento de tristeza e aquele
ambiente "cinzento" que as nossas musicas transmitem. Teve também a ver com
o facto de os Fallen Seasons serem um projecto novo em relação aos Derrame,
onde o Pedro e o Sérgio tocavam. Acaba por caracterizar as estações passadas
duma banda para a outra neste caso.
Quais são as principais influências da banda?
São demais para eu poder citar. Todos os elementos ouvem música dos mais
variados estilos, mas no final acabamos todos por tentar fazer aquilo que
mais se adapta ao nosso estilo, que estamos a desenvolver constantemente.
Posso-te tanto falar de bandas como os Garbage ou então os Machine Head, mas
na realidade estamos a tentar fazer algo muito nosso sem seguir nenhum
estilo em concreto. É algo que se vai aperfeiçoando com o tempo
A banda editou alguma cassete de demonstração?
Sim, gravámos uma demo com dois temas no princípio de 1996. O Flavour of Life,
que foi regravado no nosso álbum de estreia "Insanity" e o Left to See.
Ambos serviram para promover a banda nas rádios e arranjar o tão desejado
contracto editorial e penso que o conseguiu em ambas as partes. A demo teve
bastante airplay nas rádios chegando mesmo a ganhar um prémio de maquete do
ano na já extinta Super FM e foi o suficiente para nos arranjar um contracto.
Como surgiu o interesse da editora na banda?
Foi assim, o António Freitas, da Antena 3 fez uma crítica bastante boa à
nossa demo no Blitz e práticamente no mesmo dia a Skyfall entrou em contacto
conosco. Daí até assinarmos o contracto é que demorou cerca de um ano, e mais
outro até à gravação do albúm.
A sonoridade da banda é frequentemente comparada com a dos "Paradise Lost" o que têm a dizer sobre isso? Bem, essa comparação é feita porque os Paradise Lost são a banda mais conhecida que mistura metal com gótico e talvez por nós o fazermos também surja essa comparação, mas na realidade temos muita coisa que eles não têm, como influências de metal progressivo, pop, punk, muito rock e acabamos por entrar em mundos nunca antes tocados por eles. Temos muitas mais influências de bandas que influênciaram os próprios Paradise Lost e isso não passa pela cabeça das pessoas (Sisters of Mercy ou Fields of the Nephilim).
Porquê o nome de "Insanity" para o álbum?
Porque foi uma completa insanidade todo o processo de gravação e produção do
álbum! Tem também muito a ver com o conteúdo lírico que foca uma certa
insanidade que acaba por acontecer nas relações entre as pessoas.
A produção do álbum esteve a cargo de que productor?
Aí é que entra a palavra de insanidade! Duas semanas antes de entrarmos em
estúdio ainda nao tínhamos ninguém para trabalhar conosco, nem nenhuma
pré-produção feita em condições que a fizessem aceitável para poder ajudar
na concepção do disco. Trabalhámos ainda com o canadiano Jorge Seara que já
tinha trabalhado com bandas como os Rage Against the Machine, mas acabámos
só por fazer "limar" um bocado as coisas na garagem por uns dias, o que
acabou por ser a única pré-produção que a banda fez. Eventualmente e por
problemas pessoais e que envolveram o estúdio onde gravámos, que era o mesmo onde ele trabalhava acabou por nao trabalhar conosco mas incentivou-nos a entrar em estúdio porque sabiamos muito bem o que queríamos, ou seja, a
produção do álbum ficou completamente a nosso cargo.
O que esperam do álbum?
Neste momento esperava que tivesse mais promoção do que aquela que está a
ter por parte da editora. O que esperávamos era que o álbum chegasse ao
máximo número possível de pessoas e não estando a haver nenhum apoio por
parte da editora torna isso bastante difícil como podes imaginar.
A comercialização do álbum está a ser efectuada pelo estrangeiro?
Não.
Como tem sido a aceitação do álbum pelo público em geral?
Tem sido boa em geral, há opiniões de todo o tipo mas a maioria têm sido
bastante positivas, se calhar mais do que eu esperava.
Quantos temas tem o álbum? E se fosse para escolher um tema qual
escolheriam?
O álbum tem doze temas que juntos fazem uma hora de música. Escolher um tema é difícil... São todos bastantes variados. O melhor é ouvirem todos e
escolherem mesmo vocês.
Quanto a concertos, como correu o ano que está a findar? Temos tocado em todo o sítio que é possível tocar, apesar de muitos não reunirem as condições necessárias a um bom espectáculo, não nos deixamos prender por isso. O importante é tocar bastante para ganhar rodagem e fazer a nossa música chegar a toda a gente sem distinção de zonas, por isso já fomos ao Porto e a várias terras no interior de Portugal, não nos limitando a Lisboa que é a nossa terra natal por assim dizer.
Tívemos conhecimento que o agenciamento da banda passsou para as mãos do Filipe Marta, antigo manager dos "Heavenwood", como correu essa transição e porquê?
Bem, na realidade não houve transição nenhuma. Até ao momento do nosso
contacto com o Filipe a banda não tinha ninguém de fora a tratar de nada.
Logo foi um processo natural e que tinha que acontecer.
O que é que a banda espera para o ano que vem?
Acho que a única coisa que nos espera é trabalhar em temas novos para o
próximo álbum e editá-lo numa editora nova, visto termos terminado o nosso
contracto com a Skyfall, esperamos assim que as coisas corram melhor.
Até lá vamos tocar o máximo que pudermos, sempre promovendo o nosso primeiro trabalho, o "Insanity", porque ainda há muita coisa a fazer com este álbum.
Os "Fallen Season", têm algum conhecimento sobre o panorama musical
açoreano?
Posso falar por mim. Tenho a ideia que há algumas bandas, mas só tenho
conhecimento e lembro-me das que chegam aos jornais, como os Morbid Death
por exemplo.