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Continuámos à procura dos novos talentos que vão aparecendo por aí, trabalhando incansávelmente por um contracto discográfico . Desta feita fomos até à cidade do Porto conhecer os Whitering. As raizes dos Whitering remotam a Janeiro de 1995, quando Ricardo Rocha (voz), Álvaro Fernandes (bateria), Ricardo Barbosa (baixo), João Paulo (guitarra) se juntaram para formar os Threat, um projecto com influências Punl, HardCore e Alternativo. Quando tudo parecia correr bem, após alguns concertos e uma aparição num programa de televisão da SIC, João Paulo decide abandonar a banda, sem qualquer razão aparente, tornando assim as coisas mais difíceis para os restantes elementos que, são obrigados a parar temporariamente as suas actividades para reflectirem muito bem no futuro e recomeçar com ideias novas, novos elementos e de cara lavada. Recrutam então Pedro Vieira como guitarrista, sendo a outra guitarra ocupada por Álvaro que entrega a bateria a João, um elemento recrutado através de um anúncio num jornal musica. Em Dezembro de 1995, os Whitering começam a sua "destruição". Em Março de 1996, a banda efectua o seu primeiro concerto em Rio Tinto, seguindo-se uma série de concertos em diversas cidades. De seguida ocorre a gravação da "Rehearsal Tape'96", conseguindo passar em diversos programas de rádio da zona Norte. As críticas foram excelentes e assim a banda estava pronta para o seu primeiro trabalho profissional. Seguindo-se assim a participação num CD compilação, "Guardians Of Metal IV", originando assim a possibilidade de gravarem a sua primeira cassete de demonstração com três temas, intitulada "Another Reality". Em Abril de 1997 a banda é convidada pela Honor Sanguine com o objectivo de agenciamento e divulgação, em Maio do mesmo ano a banda sai da hibernação e parte para uma mini-tourné. Durante o referido mês o baixista Ricardo Barbosa deixa a banda, sendo desde logo o seu lugar preenchido por Daniel Silva, começando logo a tocar no segundo concerto da "Another Reality Tour'97". Em 1998 a banda lançou diversos registos exclusivamente para a distribuição por editoras, o "Musicalidades" esteve à conversa com o baterista da banda, Álvaro Fernandes.
Whitering, não é um nome muito comum?
O nosso nome significa desvanecimento, tem outros significados, mas nós optámos por esta definição, pois é o que mais se adequa à nossa prespectiva de ver as coisas. É o desvanecimento do homem. Posso até explicar o significado com o nome de uma música dos Metallica "Fade to Black". É o desaparecer da humanidade aos poucos, a auto-destruição do homem pelo homem. Quem deu este nome à banda foi o nosso ex-baixista, o Ricardo Barbosa.
A banda auto-proclama as suas sonoridades como Trash e Power Metal, quais são as vossas influências?
Eu sei que essa é a designação que está na biografia da banda. Contudo de Power Metal temos pouco. Os Whitering abrangem essencialmente o Heavy Metal e o Death Metal. Dentro destes estilos a única influência que temos é a agressividade e a raiva daquilo que tentamos transmitir às pessoas, todas as nossas ideias, opiniões, etc. A nível de influências a banda é influênciada por bandas desde os Dream Theater até aos Cannibal Corpse.
A vossa "Rehearsal Tape'96" e a vossa cassete de demonstração, "Another Reality, atingiram os vossos objectivos como banda?
Estes dois registos atingiram os nossos objectivos no momento em que os gravámos. Embora eu não concorde com as gravações de ensaios, utilizámos esse método pois estávamos no princípio e queríamos saber o que as pessoas achavam antes de decidirmos entrar em estúdico. A demo "Another Reality" foi o que catapultou a banda para um maior nível de divulgação e profissionalismo, sem isso não tínhamos chegado até aqui.
A sonoridade do "Another Reality" é considerávelmente diferente em relação à primeira cassete?
Sim e não. O estilo é o mesmo, mas a nível instrumental está mais técnico, rápido, melódico e pesado, enquanto que a nível de vocalizações, está numa linha muito mais melódica e cantada.
Falando apenas na "Another Reality" não chegou a ser enviado a editoras?
Sim, os nossos objectivos com a demo "Another Reality" foram concretizados . Não tínhamos interesse em enviar esse trabalho para editoras e não o fizemos, pois queríamos criar um nome na cena underground para quando editasse-mos o segundo trabalho profissional a banda já fosse razoávelmente conhecida. Tentámos ganhar a experiência necessária antes de sonhar com outros objectivos
Quais foram os momentos altos da vossa carreira?
Termos vencido três concursos, termos conseguido superar a média de concertos dados por banda "underground", a nossa primeira tourné "Another Reality Tour'98" e principalmente a divulgação e o apoio que tanta gente tem dado aos Whitering em todo o mundo. Para essas pessoas o nosso muito obrigado.
Qual foi o melhor concerto para a banda?
O melhor não sei, mas os melhores na minha opinião, foram o 1º Festival de Metal Underground do Porto em 1996 no bar Palha D'Aço, no 3º Concurso de Música Moderna de Gondomar em Julho de 1997 e o outro foi na FEUP no Porto em Maio de 1998.
Já há alguma possibilidade de assinarem um contracto com uma editora?
Já tívemos algumas propostas , mas ainda não enviámos tudo. Vamos ver o que acontece.
Quais os obectivos para este novo ano?
Depois de termos dado por terminada a nossa tourné, "Remains of the... Tour'98" é tentar conseguir um contracto discográfico.