The Morbid Metal Webzine



Entrevistas: actualizado a 9 Maio'99   
|      

Caos musical...


"Nós não nos escondemos por detrás de nada"



KAOS

A banda micaelense, Kaos, que recentemente passou pela ilha Terceira, instalando o caos lá para os lados do cerrado do Bailhão. Os Kaos, uma banda jovem e muito sui generis, situa as suas sonoridades entre o "Power Metal" e o Hardcore". A banda iniciou as suas actividades no final do ano de 1997 e passada a natural hibernação, saíu da garagem onde esteve sete meses, podendo assim apresentar-se ao vivo. A banda é assim composta por Tiago Abreu na voz, Pedro Silva no baixo, Luís Bettencourt na guitarra solo e segundas vozes, Bruno Moniz na guitarra rítmo e Luís Aguiar na bateria. A sua estreia ao vivo referida anteriormente, teve lugar no passado mês de Junho num concerto efectuado na Calheta de Pêro de Teive, com as bandas já conceituadas do meio musical açoreano, Gnosticism e Hangover. Efectuaram diversos concertos depois da sua estreia, inclusivé pariciparam no concurso "Novas Ondas", onde com os seus temas originais se classificaram para gravar um tema na compilação "Novas Ondas". Desde esse concurso todos são unânimes, a banda amadoreceu e as melhorias principalmente na presença em palco fizeram-se notar. A banda recentemente estive na ilha Terceira espalhando as suas sonoridades no Festival Buéda Baldas que se realizou em Angra do Heroísmo mais precisamente no cerrado do Bailhão com a actuação de diversas bandas terceirenses. Há muito que se lhe diga sobre o referido festival, principalmente no que toca à organização, mas os Kaos vieram esquecer isso tudo pois a qualidade sonora desta banda sobrepos-se a todos os factores negativos do festival Estívemos à conversa com o Luís Aguiar e o Luís Bettencourt, baterista e guitarrista da banda respectivamente.

Podem contar um pouco como a banda iniciou a sua actividade?
A formação da banda ocorreu no mês de Novembro de 1997. A Janeiro de 1998, o nosso guitarrista saíu e entrou para o seu lugar, o Bruno Moniz.

Quais foram as vossas maiores dificuldades?
Foi sem dúvida, a mudança da nossa sala de ensaios.

Que objectivos estíveram por detrás da formação da banda?
Tocar essencialmente boa música embora, quisessemos mostrar o que queríamos fazer da música. Sempre com o objectivo de tocar originais, mas pela primeira vez iremos tocar uma "cover" curiosamente aqui na ilha Terceira, essa cover será o tema "Five Minutes Alone" dos Pantera.

Os elementos da banda tíveram em algum projecto antes de pertenceram aos Kaos?
Sim, o Luís Bettencourt foi membro da banda Sanctimoniously e o Tiago Abreu pertenceu aos Paradise.

Quanto tempo demoraram a ensaiar, para tocarem ao vivo pela primeira vez?
Ao todo, demoramo-nos certa de sete meses a ensaiar.

Durante esses sete meses de ensaio, ensaiaram apenas as vossas originais?
Sim começámos logo a trabalhar nas nossas originais, mas houve uma espera de dois meses, devido ao facto de que tivemos de mudar de sala de ensaios.

O que esperam dos vossos temas originais?
Esperamos chegar aos ouvidos de toda a gente, podemos dizer até que já alcançámos um objectivo, vir tocar à ilha Terceira e entrar para a compilação "Novas Ondas".

Já que mencionaram o concurso "Novas Ondas", no qual participaram, como vos correu essa participação?
Foi o nosso melhor concerto, pois já tínhamos efectuado diversos concertos e assim a nossa presença em palco foi muito melhor, porque já tínhamos uma certa experiência.

O que pensam do facto de em todos os vossos concertos, o público aderir à vossa música, não podendo permanecer quietos?
Acho que isso deve-se talvez ao facto de nós estarmos a tocar à vontade. Nós não nos escondermos por detrás de nada.

Houve dificuldades em saír da garagem para o mundo dos concertos?
Não houve dificuldades, devido aos nossos conhecimentos. Depois do nosso primeiro concerto as oportunidades começaram a surgir, principalmente para outras actuações.

Onde é que se estrearam ao vivo?
O nosso primeiro concerto foi na Calheta de Pêro de Teive, com os Gnosticism e os Hangover.

Quais foram os concertos que vos marcaram mais?
Sem dúvida o concerto no "Novas Ondas" e a nossa estreia ao vivo.

Esperam gravar os vossos temas originais?
Sim, possívelmente vamos gravar uma cassete de demonstração com os nossos sete temas originais, embora a oitava original já esteja a caminho.

Como definem o vosso som?
Temos influências de muitos estilos, ou seja o nosso som é uma fusão das preferências musicais de cada elemento. Mas costumam dizer que o nosso som situa-se entre o "Power Metal" e o "Hardcore".

Como surgiu a oportunidade de actuarem aqui, na ilha Terceira?
Surgiu no festival "Novas Ondas", quando conhecemos a banda terceirense CHC. A partir daí o Rui, guitarrista desta banda terceirense, andou sempre à procura de uma forma de nós actuarmos na sua ilha. Por iso a nossa vinda à ilha Terceira deve-se aos CHC e ao Jorge Miguel, que é o responsável pelo Festival "Buéda Baldas", que no qual iremos actuar.

Os Kaos têm algum conhecimento sobre o panorama musical da ilha Terceira?
Não temos, só temos conhecimento da banda CHC. Mas tívemos conhecimento da última geração musical não desta, por exemplo do Luís Bettencourtt, dos Deahtfull e dos Jennys Birthday.

O que pensam do panorama musical de ilha de Sâo Miguel?
Está a evoluir, pena que não haja interacção entre as bandas.

O que acham que é necessário para o panorama musical da vossa ilha evoluir?
Darem mais oportunidades às bandas e melhores condições para a realizacão de concertos.

O que pensam dos constantes conflitos existentes entre as bandas açoreanas?
É um facto terrível da música açoreana, por exemplo, muita gente disse que nós não iríamos tocar à ilha Terceira e aqui estamos na vossa ilha. Essas pessoas apenas querem protagonismo.

Quais são os vossos projectos futuros?
Primeiro esperamos gravar a tal cassete de demonstração e claro voltar à ilha Terceira.

Para terminarmos a nossa entrevista, acham que a ilha Terceira tem condições para desenvolver o seu panorama musical?
Sim, principalmente o palco do Bailhão, mas pelos vistos há falta de muitas oportunidades para com as novas bandas. Já agora que vamos terminar, gostaria de agradecer ao Jorge Miguel, ao Mário Lino, ao "Bife", ao "Pulga" e a todos os que ajudaram a banda, principalmente a todos o que tornaram possível a nossa actuação aqui na ilha Terceira.


««««