Entrevistas: actualizado a 14 Maio'99   
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Malevolence promove "Martyrialized"


Os 10 mandamentos da Humanidade



Fomos conhecer um dos expoentes máximos do Metal nacional e mundial, os Malevolence. Estívemos à conversa com Carlos Cariano, o front-man deste projecto.

Poderia-me explicar a razão do nome da banda?
Como todas as bandas, também nós necissitavamos, de um nome, de uma denominação que traduzi-se a ideologia musical e lírica da banda. Por conseguinte decidimos eleger Malevolence como a denomiação que emprega palavras ou toma as dos outros com um segundo sentido. No fundo nós não somos pessoas mal-intencionadas, doentias ou moralmente deslamadas tal como o próprio nome sugere. Acontece precisamente o contrário ao adoptarmos este nome. Só por si Malevolence é uma palavra muito forte e talvez uma aas mais directas em termos de conseguir ferir com gravidade os sentimentos de alguém. Desta feita este nome ao mesmo tempo representa a nossa vontade de profetizar a desgraça e a infelicidade da Humanidade de uma forma sagaz e trocista. A nossa intenção principal é a de sensibilizar as pessoas para vários elementos e situações execráveis e malignas que as mesmas cometem em detrimento do próximo. A nossa rebeldia, aversão e má vontade é então expressamente dirigida à moralidade e injustiça pré-insittuída dos nossos dias, assim como contra toda a segregação da sociedade para com os seus semelhantes.

Em 1994 a banda gravou a sua primeira e única cassete de demonstração, fale-me um pouco dela.
A demo "Pleasure of molestation" foi gravada em finais de 1994 nos Digo Dai Studios. Este trabalho que agora se encontra fora de circulação, continha 6 temas originais a saber; "No forgiveness", "Pleasure of Molestation", "Dominion of hate", "Ashes of disgrace", "Sentimental oblivion" e por fim "Ceremonial Gallery". Este trabalho alcançou excelentes críticas um pouco por todo o mundo, o que se reflectiu na ´rapida venda de 1000 unidades da mesma. Esta demo chegou ainda a obter o interesse por parte da Non Nobis Productions para uma possível re-edição, mas tal não se verificou, uma vez que esta productora entretanto cessou as suas actividades.

A vossa cassete de demonstração levou a banda a assinar com a Danger Records, foi um evolução muito rápida para uma banda portuguesa, que comentário fazem a isso?
Não existem grandes comentários a serem feitos a esse fenómeno. Penso que todo o interesse da independent Danger Records em assinar tão rapidamente os Lusitanos Malevolence para 2 álbuns, se deveu em grande parte ao impacto que a nossa demo de estreia causou no underground mundial. Acredito seriamente que se não tivessemos empreendido um hárduo trabalho de promoção e divulgação, aliado a uma apresentação profissional, com a maior qualidade possível face aos meios e fundo de que disponhamos nesse momento, nem a Danger Records, nem outra editora qualquer se arriscaria a investir no nosso projecto. Desta forma a evolução que tu referes, talvez possa ser encarada actualamente como sendo a revolução que nós conseguimos instaurar um pouco por toda a parte para que os meida tomassem conhecimento dos Malevolence.

No vosso material promocional, existe lá a definição de "Sonic Metal Destrucion" para a vossa música, pode-me explicar melhor isso?
A definição "Sonic Metal Destrucion" foi utilizada com o intuito de simbolizar a composição especial de grafar palavras conforme o som e significado emnado pelas mesmas, independentemente da etimologia e história da língua de cada uma. O objectivo sónico carrega então uma ortografia e uma musicalidade de harmonia com as leis fonéticas e sonoras. Desta forma realizamos uma comibnaão sónica e fonética onde imperam entre outros lementos, as líricas e sons correspondentes a ambientes e atmosferas de destruição e decadência.

Como foi a experiência de rumarem até aos Digo Dai Studios para gravarem o vosso primeiro álbum, "Dominium"?
Tal como todas as experiências que temos tido ao longo da ainda curta carreira dos Malevolence, esta foi também uma experiência bastante agradével e extremamente compensadora a vários níveis. Assim tanto a banda como o produtor Armando Glória disfrutaram de mais tempo e de um maior investimento, que nos possibilitou alcançar de certa forma os objectivos estabelecidos para a gravação de "Dominium". Por outro lado, foi uma forma de podermos alargar conceitos e ideias já desenvolvidas anteriormente aquando da gravação da "Pleasure of Molestation". Foi uma experiências bastante gratificante para ambas as partes.

Pode-me contar o que a banda pretende transmitir com álbum "Dominium"?
O nosso primeiro trabalho é um álbum extremamente conceptual. Na sua ideia sentral desenvolve-se uma temática lírica idêntica aos 10 mandamentos da Humanidade. Assim as 10 formas musicais que o revestem são por nós equiparadas a 10 formas opostas de dominação humanda nos dias actuais. Todas estas peças singulares coordenadas em perfeita sintonia formam um todo que corresponde ao conceito do domínio supremo sobre a humanidade, segundo a nossa própria visão e anélise colectiva. Em cada tema poderás encontrar exposições de rebeldia abordando temáticas de negligência e abuso da condição humanada tal e qual como a realidade agressiva e violenta que nos rodeia. Ódios extremos, erotismos, dessepros, abusos e traições são portanto algumas das joias de "Dominium". Falar novamente de reacções seria na minha opinião desnecessários e extremamente cansativo. Por conseguimos apenas citaremos o exemplo da melhor revista de metal brasileira, a Rock Brigade que nos teceu excelente críticas e nos atribui 8 valores numa escala de 10 valostes possíveis. Desta forma obtivemos uma crítica excelente, a nível brasileiro, idênticas ou superior, a bandas de renome mundial como é o caso de uns Deep Purple ou de uns Iron Maiden.

De seguida a banda não parou, teve uma tourné intitulada "Under Inhuman Tour 1996", que balanço fazem dela?
A tourné "Under Inhuman Tour 1996", incialmente foi concebida com cerca de 30 datas. Deste númeor apenas se realizaram entre 20 a 25 concertos a nível nacional. Foi também uma experiência bastante agradével e enriquecedora, pois foi através da mesma que pudemos tomar contacto pela primeira vez com a hárdua realidade da vida musical na estrada. As reacções e o excelente acolhimento do público e esta tourné, revelaram mais tarde, o 5º lugar alcançado pelos Malevolence, no top 20 das melhoras bandas nacionais realizado pela Hipertenção / Antena 3.

Os Malevolence tocaram juntamente com bandas internacionais e de renome, como os Cradle Of Filth, Moonspell e Heavenwood, como tudo aconteceu e claro como vos correu esses mesmos concertos?
Penso que todos os concertos, tendo em conta as condições em que foram realizados, foram bastante bons. As reacções foram acima da média e na maior parte conseguimos sempre esgotar quase todo o merchandising envolvido nos mesmos. Não consideramos o facto de termos tocado com os Cradle of Filth ou mesmo com uns Moonspell de grande revelância. Todos os concertos são para nós únicos e portadores da sua própria essência. Penso então que o maior facto em conta seja sempre a audiência e a sua reacção. As bandas com as quais tocamos e poderemos vir ainda a tocar, independentemente de serem consideradas de grande renome ou não, para nós, são aspectos secundários e de menor importância.

Depois disso a banda separou-se mas, mais tarde voltou cheia de força para a gravação do seu segundo álbum, que me pode contar sobre este período.
O período que considetamos negativo foi a fase antecedente a Março de 1998 que tivemos de suportar e se revelou insuperável em termos de amizade e colaboração entre vários membros que até então constituiam a banda. Tudo aquilo que temos alcançado desde então se poderá pautar como sendo extremamente positivo. Foi durante este período que tivemos que tomar algumas decisões mais importantes das nossas vidas e portanto penso que desta vez conseguimos unir os nossos esforços pela primeira vez em uníssono e concretizar todos os objectivos que tínhamos em mente alcançar.

Os Malevolence quebraram o contracto com a Danger Records e assinaram pela Maquiavel Entertainment Lda., o porquê desta mudança?
A decisão de quebrar contracto com a Danger Records para o registo de 2 álbuns de longa duração, registou-se pela falta de apoio e suporte promocional que nós estavamos a receber dessa mesma instituição. Resolvemos então grvar 4 novos temas e proceder à procura de novas editoras interessadas que nos pudessem apresentar melhores condições de trabalho. Das quatro propostas finais que recebemos, duas nacionas e duas internacionais, resolvemos formular contracto para 3 álbuns com a Maquiavel Music Entertainmente Lda. Actualmente o projecto Malevolence tem uma promoção melhor que nunca, conseguiu aliar-se ao agenciamente Agenda 22, o mesmo que compreende banda nacionais como os Moonspell ou os Ramp, realizou o seu segundo de originais num dos melhores estúdios internacionais e a produção assim todo o encarte e layout final do álbum são extremamente profissionais e de elevada qualidade. Ao que parece a distribuição do álbum funcionará bastante bem em vários países e como podes ver, todos os aspectos mudaram, para melhor.

A vossa actual editora levou-os para os conhecidos Fredman Studios na Suécia para gravarem o "Martyrialized", que diferenças de trabalho vertificaram?

A gravação foi bastante mais relaxante e muito mais rápida do que a de "Dominium". Embora tivessemos cerca de 15 dias no Estúdio Fredman para realizar a gravação do álbum, posso-te informar que ao final do oitavo dia, já estva tudo praticamente terminado. A gravação, mistura, produção e masterização funcionaram perfeitamente uma vez que tinhamos realizado uma pré-produção dos temas em Portugal por nós mesmos. Sabiamos de ante mão as ideias a por em prática e praticamente o resultado final que queriamos alcançar. Para além disso, na nossa opinião tanto o Ander Fridèn (vocalista dos In Flames) como o Senhor Fredrik Nordströrm, foram bastante atenciosos para com os Malevolence a fim de podermos alcançar este agradável resultado final. A nível de diferenças notórias, pensamos que "Martyrialized" fala por si.

O porquê da inclusão neste novo álbum de uma música em Françês, com partes em inglês?
A música "Les Salles Obscures de Rose Noire XVIII" tal como tu referis-te apenas possui o título em françês. Embora a ideia inicial fosses mesmo a de incluir alguns excertos de Marques de Sade em françês, no final optei por idealizar todoa a lírica da música em inglês, incluíndo apenas un excerto final, que deveria ser em françês, narrado na nossa líndua materna, o português. Esta música para além de simbolizar o fim perfeito e hipotético para todos os passagerios que actualmente realizam experiências intoxicantes e excursões de extremo sofrimento pelos confins da perversão e deboche actuais, demonstra ainda uma forma diferente de abordar uma temárica libidinosa, pela primeira vez em raciocínio multicultura om uma elevada carga irónica e metafórica. Os franceses são considerados os reis da perversão e do deboche e portante o título da música acenta que nem veludo na mesma em Françês.

O que é que os Malevolence tentam transmitir com este novo álbum?
O álbum "Martyrialized" é também um trabalho de elevados contornos conceptuais. Embora as temáticas filosóficas sejam um pouco diferentes, das de "Dominium" posso dizer-te que tal como o próprio nome "Martyrialized" sugere, este a´lbum é a reunião apocalíptica de várias situações e realidades de elevado grau martirizante da Humanidade. Posteriormente essas situações atingem o grau de materializaçõ real através da experiência vivencial baseada na triologia Dor-Amor-Sofrimento. Neste mesmo contexto, será interessante também referir que "Martyrialized" engloba a busca da progunda reflexão ao nível mental de cada ser individual. Desta forma o álbum dentota na sua essência original um sentimento, que na maioria dos casos, traduzem experiências a que certos entidades ou indivíduos são submetidos através da marcação e restrição pelas leis da injustiça, pelos costumes da segregação e outros actos de punição da sociedade. A mesma sociedade que se manifesta extremamente perigosa e cruel para com os seus semelhantes. Desta forma "Martyrialized" expressa ainda um desejo de revolta e de constante renúncia no seguimento dos mesmos códigos e modelos previamente instítuidos em geral por essa mesma comunidade segregativa. O álbum é a apoteoses máxima em termos de pesquisa e de progressão a nível psicológico e físico de cada ser, uma vez que traduz uma reflexão que entrará em rota de colisão inevitável com todos os aspectos e dogmas instituídos pelo carnaval das moralidades.

Quando é que planeiam voltar à estrada, desta vez com o novo álbum?
Os Lusitanos Malevolence para já não realizarão nenhuma tourné nacional. É claro que existirão alguns concertos esporádicos de divulgação do "Martyrialized" um pouco por todo o território nacional. No entanto o nosso objectivo principal para já é realizar uma tourné europeia. Deveremos inciar um série de concertos promocionais ao novo álbum durante o decorrer do mês de Maio de 1999.

Os Malevolence têm algum conhecimento do panorama musical açoriano?
Até ao momento apenas temos conhecimento do Diário dos Açores e da excelente divulgação encetada pelo José Andrade através da rubrica Stage Diving. Depois temos alguns contactos com o Mário Lino Faria da incansável Thrash Publishing e também com o programa radiofónico da Asas do Atlânticos, o Metalurgia. A nível de bandas apenas conhecemos o som praticado pelos Morbid Death, pelos Classic Rage e ainda pelos Obscenus. Também já ouvimos falar dos Sanctimoniously, mas ainda naõ conhecemos a sua musicalidade.


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